Plantas


O Brasil conhece as plantas como fonte de energia renovável desde a década de 1970, com o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar (gênero Saccharum). Somos referência mundial e temos uma frota de carros predominante bicombustível. Além da cana-de-açúcar, as plantas oleaginosas são utilizadas como matéria prima para a fabricação de biodiesel, a versão renovável do óleo diesel de petróleo. Ele é produzido a partir de óleos vegetais, gorduras animais e ainda óleos residuais de fritura.

Em diversos países, existe uma dependência maior de uma ou duas culturas em virtude da viabilidade que elas possuem levando-se em conta o fornecimento contínuo e de grande escala. O Brasil encontra-se em uma posição privilegiada. Segundo levantamento do Ministério da Agricultura, é possível contar no país com uma centena de culturas que podem fornecer matéria-prima para este combustível verde.

Hoje, a maior parte do biodiesel produzido no Brasil é de origem vegetal, com notável predominância da soja. Para reduzir a dependência de um só produto, o governo vem incentivando também o uso de outros materiais, como: dendê, babaçu, macaúba e pinhão-manso.

 

Dendê (Elaeis guineensis) e Caiaué (Elaeis oleifera)

O dendezeiro destaca-se por ser uma oleaginosa com maior produtividade de óleo. De origem africana, essa palma foi introduzida no Brasil no século XVI por meio dos escravos. A cultura ocupa o primeiro lugar no mercado internacional de óleos vegetais e gorduras. O caiaué (E. oleifera) é utilizado como fonte de características de interesse no melhoramento genético do dendê, como resistência/tolerância a doenças e boa qualidade de óleo. E. guineensis e E. oleifera podem ser cruzadas entre si, com produção de híbridos interespecíficos férteis.

 

Babaçú (Attalea speciosa)

Originária da região amazônica e mata atlântica do Brasil, tem como principal produto as amêndoas contidas em seus frutos, destinadas principalmente às indústrias locais de esmagamento, produtoras de óleo cru. Constituindo cerca de 65% do peso da amêndoa, esse óleo é subproduto para a fabricação de sabão, glicerina e óleo comestível, mais tarde transformado em margarina, e de uma torta utilizada na produção de ração animal e de óleo comestível. Como as outras palmeiras, o babaçu apresenta altos teores de óleo, o qual é composto, predominantemente de ácido láurico. Este fato simplifica a reação para produção de biodiesel, pois esse ácido tem cadeia curta. (https://www.biodieselbr.com/plantas/babacu/babacu.htm)

 

Macaúba (Acrocomia aculeata)

Esta palmeira é nativa das savanas, cerrados e florestas abertas da América tropical. Esta cultura é uma das principias espécies nativas com alto potencial de fornecimento de óleo para a produção de biodiesel. Além da alta produtividade, a macaúba apresenta outras vantagens: facilidade de extração e o baixo custo de produção de óleos. Do seu fruto, aproveitam-se todas as partes: a casca e endocarpo como combustível de queima de biomassa, a polpa para a produção de alimentos, além do seu óleo para a indústria cosmética e alimentícia. São extraídos dois tipos de óleos do seu fruto: de amêndoa e da polpa. Da amêndoa é retirado um óleo fino e transparente que representa 15% do total de óleo da planta, rico em ácido láurico e oléico. Da polpa obtem-se um óleo de cor vermelho amarelado, rico em ácido oléico e palmítico com boas característica para o processamento industrial. Assim como ocorre no dendê, os frutos devem ser processados logo a pós a colheita para evitar a degradação e o aumento de acidez (FARIAS, 2010).

 

Pinhão-Manso (Jatropha curcas)

É uma espécie nativa da América tropical e naturalizada em partes tropicais e subtropicais da Ásia e África. Essa cultura está entre as plantas oleaginosas mais promissoras e atrativas ao Programa de Biocombustíveis Brasileiro, por não competir diretamente com a agricultura de alimentos e por possuir maior eficiência no uso da água dentre as culturas agroenergéticas disponíveis. Além do alto índice de produtividade, as maiores facilidades de manejo e, principalmente, de colheita das sementes em relação a outras espécies como palmáceas, tornam a cultura bastante atrativa e especialmente recomendada para um programa de produção de óleos vegetais. Outros aspectos positivos se referem à possibilidade de armazenagem das sementes por longos períodos de tempo, sem os inconvenientes da deterioração do óleo por aumento da acidez livre, conforme acontece com os frutos de dendê, por exemplo, os quais devem ser processados o mais rapidamente possível. A semente do pinhão-manso pode conter de 33,7 a 45% de casca e de 55 a 66% de amêndoa, capaz de fornecer de 30 a 40% de óleo (LAHANE e RELWANI, 1986).Seu óleo é empregado como lubrificante em motores a diesel e na fabricação de sabão e tinta. Além disso, a torta que resta é um fertilizante rico em nitrogênio, potássio, fósforo e matéria orgânica, porém, pela substância tóxica presente não pode ser utilizada para alimentação animal. A casca dos pinhões pode ser usada como carvão vegetal e matéria-prima na fabricação de papel.

 

Cana-de-açúcar (Sccharum spp.)

* Página em edição

 

- FARIAS, E.L.M. Desenvolvimento e avaliação de microreatores: aplicação para produção de biodiesel. 2010. 237f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Engenharia Química, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2010.

- LAHANE, B. N.; RELWANI, L. L. Effect of plant population on the growth of Jatropha curcas on mountainous wastelands. In: III Convention and Symposium, Proceedings Bio-Energy Society, p.129, 1986.